BIOLOGIA - HERPETOLOGIA

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quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Calor permitiu invasão da Zika



      Com o título dessa matéria publicada no OC (observatório do Clima) é que faço um link com a matéria publicada no site ¨ O Eco ¨ , sobre a disparada no aumento da produção de Gás Metano, que é o segundo gás de efeito estufa mais importante. O mesmo aumentou quase 14 vezes entre os anos de 2007 até 2015.
Nesse texto explico porque as duas matérias de sites diferentes, mas, com objetivos tão nobre que é o de educar e informar sobre nossa condição nesse planeta.
Basicamente, o aumento exacerbado do Gás Metano, influencia no aumento da temperatura. Em contrapartida, o aumento da temperatura - em até ºC 2 (graus Celsius), propicia um ambiente favorável ao crescimento e maior propagação do Aedes aegypti, mosquito responsável pela transmissão da dengue, Chikungunya e Zika.
Sendo assim, reescrevo a matéria de ambos sites abaixo, para uma maior compreensão.

((o)) ECO

     Um consórcio internacional de cientistas largou uma bomba de gás sobre a humanidade nesta segunda-feira: eles mostraram que as concentrações globais de metano (CH4), o segundo gás de efeito estufa mais importante, aumentaram quase 14 vezes de 2007 até 2015. As causas da disparada ainda não estão totalmente claras, mas os cientistas atribuem o grosso do problema a emissões por desmatamento e agropecuária, em especial nos trópicos.
Os números, revelados pela rede GCP (Global Carbon Project), trazem um desafio adicional para o cumprimento da meta do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a menos de 2oC neste século. A trajetória observada do metano se aproxima do pior cenário de emissões do IPCC, o painel do clima da ONU. Nesse cenário, conhecido pela sigla RCP 8.5, o esquentamento da Terra no fim do século 21 ultrapassa os 4oC em relação à era pré-industrial.
“O aumento foi surpreendente”, disse ao OC o pesquisador catalão Josep “Pep” Canadell, diretor-executivo do GCP. Ele é coautor de dois estudos publicados hoje: um sobre o balanço global de metano de 2016, com dados de 2000 a 2012, no periódico Earth Systems Data; e outro na revista Environmental Research Letters, com uma análise do que isso significa para o clima, que inclui dados mais recentes, até 2015.
Concentração (no alto) e emissões de metano (esq.) e gás carbônico, comparadas aos cenários do IPCC
     Segundo Canadell, o pico de emissões aconteceu nos últimos três anos. Em 2014, por exemplo, a concentração de metano na atmosfera cresceu 12,5 partes por bilhão (ppb), em comparação com uma média de 0,5 ppb no começo do século. Com efeito, nos anos 2000, o metano parecia ter atingido um platô, com concentrações praticamente estagnadas. “Achamos até que estivéssemos fazendo alguma coisa certa”, conta Canadell. Os novos dados assustam os cientistas porque vão quase na direção oposta da concentração de gás carbônico emitido por combustíveis fósseis, que ficou praticamente estagnada em 2014 e 2015.
      O metano é emitido em quantidades muito menores do que o CO2. Suas principais fontes são a queima de biomassa, o rebanho bovino e ovino (o popular “arroto” das vacas e ovelhas), a produção de combustíveis fósseis, como o gás natural (que é quase todo metano) e o lixo e o esgoto nas cidades.
Estima-se que em 2012, último ano para o qual as análises mais completas estão disponíveis, suas emissões anuais tenham chegado à casa das 550 milhões de toneladas por ano – contra cerca de 50 bilhões de toneladas de CO2 atualmente. Ele representa 4% do CO2 equivalente.
O problema é que cada molécula de metano esquenta o planeta 28 vezes mais do que uma molécula de CO2. Então, apesar de responder por apenas 4% dos gases-estufa, ele causa 20% da elevação de temperatura, segundo estimativa do Global Carbon Project. A aceleração do crescimento das emissões de metano, se tiver vindo para ficar, significa que nós provavelmente veremos um aumento de temperatura da Terra mais rápido do que os cientistas imaginavam.
“Esses novos dados são um lembrete brutal de que precisamos olhar para o pico de todos os gases de efeito estufa”, afirmou Canadell. “Todos os gases deveriam estar chegando ao pico e declinando muito rápido. As emissões precisam cair a zero.”
     De acordo com a análise do GCP, a América do Sul e o Sudeste da Ásia ocupam os primeiros lugares nas emissões globais de metano – dois terços das emissões estão nos trópicos. No caso sul-americano, as áreas úmidas e cursos d’água lideram as emissões, o que pode ter relação com impactos de secas recentes sobre o balanço de metano dos ecossistemas. Mas seu crescimento é dominado pela agropecuária.
Emissões anuais de metano no período 2003-2012 e sua distribuição entre as regiões do planeta; América do Sul lidera (fonte das ilustrações: GCP, Environmental Research Letters)
“Acreditamos haver um sinal claro da agricultura”, afirmou Canadell. “Há uma tendência de longo prazo de desmatamento e de crescimento do rebanho que ainda é enorme.” A queima e produção de combustíveis fósseis, como a produção de gás de folhelho nos EUA por fraturamento hidráulico (“fracking”), também é um fator importante de emissão, mas o GCP considera “improvável” atribuir a escalada global do metano a essa atividade.
     Se a notícia do balanço de metano é ruim, por um lado, por outro é possível fazer algo a respeito num prazo curto – diferentemente do que acontece com o CO2. “O metano é um gás lindo”, brinca Pep Canadell. “Se nós fazemos uma coisa agora, vemos o resultado já em dez anos.” Isso porque o tempo de vida do gás na atmosfera é de uma década ou duas, comparado aos mais de 150 anos que o gás carbônico permanece no ar. Além disso, reduzir várias fontes de metano é muito mais barato do que cortar emissões de CO2 – ações como trocar fogões a lenha na África, fazer aterros sanitários no Brasil e reduzir a queima por “flaring” em poços de petróleo no Oriente Médio.
     Mas o grande esforço, diz o cientista, precisa vir da agropecuária. “Já temos inovações extraordinárias acontecendo, como novas tecnologias de alimentação de gado que reduzem dramaticamente as emissões. Todo o esforço global que está sendo feito hoje na área de energia, como em painéis solares, precisa de um equivalente na produção de alimentos.”

OBSERVATÓRIO DO CLIMA

Modelo desenvolvido por britânicos mostra que temperaturas extremas causadas pelo El Niño
de 2015 foram chave para a disseminação do vírus que causa microcefalia na América do Sul




     Pesquisadores britânicos acabam de mostrar com números algo que até agora era apenas uma suspeita: o El Niño recorde de 2015, conjugado à tendência de aquecimento global, foi chave para a epidemia do vírus zika no Brasil, ligada ao aumento do número de casos de microcefalia.
Em estudo publicado nesta segunda-feira no site do periódico PNAS, os cientistas liderados por Cyril     Carminade, da Universidade de Liverpool, sugerem que nunca nos últimos 66 anos as condições climáticas favoreceram tanto o mosquito Aedes aegypti quanto em 2015.
      A combinação do calor e da umidade com a falta de imunidade da população brasileira – acredita-se que o zika tenha entrado no país pela primeira vez apenas em 2013 – teriam causado a catástrofe vista no ano passado e neste ano: até o começo de dezembro, segundo o Ministério da Saúde, havia 2.228 casos de microcefalia confirmados no país. Do 1,3 bilhão de pessoas expostas hoje ao vírus da zika em 75 países e territórios do mundo, 15% estão no Brasil.
     O El Niño “Godzilla” que causou extremos de calor, seca e chuva em várias partes do planeta entre 2015 e 2016 já havia sido aventado como cúmplice da epidemia. A própria diretora-geral da Organização Mundial da Saúde, Margaret Chan, levantou a suspeita em janeiro deste ano.
Carminade e colegas decidiram verificar a hipótese, com a ajuda de um modelo matemático desenvolvido por eles originalmente para explicar como o clima havia facilitado a disseminação da doença da língua azul (que afeta o gado) na Europa em 2006.
     O modelo busca estimar o chamado potencial de reprodução da doença, conhecido pela sigla R0. Grosso modo, esse parâmetro corresponde ao número de casos secundários surgidos a partir de um único paciente. Valores de R0 maiores do que 1 significam potencial de epidemias.
O R0 da zika foi estimado a partir de características de seus dois principais vetores: os mosquitos Aedes aegypti (que causa a maior parte dos casos de zika, dengue e chikungunya no Brasil) e Aedes albotopicus (que causa a doença em regiões mais frias). Os cientistas sabem que calor e umidade ajudam o mosquito a se proliferar: a fêmea do Aedes, a “mosquita” imortalizada pela ex-presidente Dilma Rousseff, fica mais ativa e pica mais em climas mais quentes. Isso foi fatorado no modelo, que estimou o risco de zika no mundo todo usando uma base de dados climáticos que vai de 1950 a 2015.
     Para o A. aegypti, o modelo sugere que no Rio de Janeiro a média seja de 5 novos casos por infecção, algo que bate com as observações. Na Colômbia, esse potencial chega a 6,9.
No entanto, há períodos no registro histórico em que o risco de infecção aumenta significativamente. O maior deles ocorreu em 2015, ano do El Niño – e da explosão de casos de zika na América do Sul. Em 1998, outro ano de El Niño, também houve pico de risco transmissão (mas, naquela época, o vírus ainda não havia aportado no continente).
     “Se eu assumir que o sinal de mudança climática é uma tendência linear nesse período e que o efeito do El Niño é relacionado apenas à variabilidade interanual, a anomalia em 2015 é relacionada 33% ao El Niño e 67% à tendência de mudança climática”, disse Carminade ao OC. Ele ressalta, no entanto, que “não publicaria esses números”: são apenas uma ilustração do efeito combinado das duas coisas e é muito difícil atribuir pesos a uma e outra. “Ambos tiveram um papel: o El Niño ocorrendo num Oceano Pacífico mais quente”, completa.
     Para reforçar o argumento, o cientista britânico lembra, ainda, que a dengue em 2015 bateu recorde no Brasil, com 1,6 milhão de casos, segundo a Organização Panamericana da Saúde.
O estudo não olhou para o efeito da urbanização precária no Brasil e da falta de saneamento básico como condições que permitem o desenvolvimento do Aedes. Esse tem sido outro fator a dificultar a atribuição direta das doenças transmitidas pelo mosquito à mudança do clima nas últimas décadas. Afinal, num país que aquece ao mesmo tempo em que vê manchas urbanas se expandindo e cidades crescendo no interior, não dá para saber quem nasceu primeiro, se o ovo ou a galinha. O pesquisador da Fiocruz Cristóvam Barcellos já mostrou que a área suscetível à dengue triplicou no país neste século, com clima, urbanização e aumento da população agindo em sinergia para criar uma situação perfeita – para o mosquito, bem-entendido.
     No entanto, 2015 viu um risco aumentado de zika em todo o mundo tropical, não só no Brasil. Isso dá mais segurança aos pesquisadores para atribuir a diferença nas taxas de infecção à oscilação climática.
“O El Niño hoje em dia ocorre em um pano de fundo mais quente – o Oceano Pacífico tropical está aquecendo. E alguns de meus colegas climatologistas já propuseram a possibilidade de El Niños monstros em um pano de fundo mais quente”, disse Carminade. “Portanto, se não mitigarmos nossas emissões, poderíamos esperar que El Niños no futuro possam ter impactos mais sérios na saúde das sociedades.”

Fonte: CLAUDIO ANGELO DO O C.

2017 com temperaturas mais altas, porém, sem recordes dos anos anteriores.

  Gado em pasto degradado na Amazônia: rebanho bovino lidera emissões de metano do Brasil.
                                                                Foto: Ipam

O ano de 2017 chegará com temperaturas pouco mais baixas, porém, acima dos valores ideias ou de controle. É o que prevê o Met Office, a agência de tempo e clima do governo britânico.
Segundo o Met Office  o ano de 2017 deverá ser mais quente que a média, mas que dificilmente baterá 2015 e 2016, os anos mais quentes já registrados desde 1850.
“Espera-se que a temperatura média global para 2017 fique entre 0,63oC e 0,87oC acima da média de longo prazo (1961-1990) de 14oC, com uma estimativa central de 0,75oC”, disse a agência em comunicado.
Este ano viu temperaturas chegarem a 0,84oC acima da média 1961-1990, com 0,2oC desse total devidos ao El Niño, disse Chris Folland, um pesquisador do Met Office.
O El Niño é um fenômeno meteorológico que ocorre em ciclos de três a cinco anos. Ele aumenta as temperaturas globais e perturba os padrões de chuva, levando a secas em grande parte da África e a enchentes na América Latina.
Mesmo sem o El Niño, o ano que vem será “muito quente globalmente”, disse Adam Scaife, chefe da previsão de longo prazo do Met Office.
Mais cedo neste ano, os níveis de gás carbônico – o principal gás de efeito estufa – no ar ultrapassaram a marca histórica das 400 partes por milhão “pelo resto da vida”, segundo um cientista.
Mais aquecimento tende a levar a um aumento em eventos climáticos extremos, como chuvas irregulares, secas e aumento do nível do mar, afirma o IPCC, o painel do clima das Nações Unidas.

Este texto foi originalmente publicado no Climate Home e é reproduzido pelo OC numa parceria de conteúdo

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Chuva e frio intenso congelaram e arrasaram a Mata Atlântica em Santa Catarina





















A Mata Atlântica do Planalto Norte de Santa Catarina foi devastada pela neve. A exuberante floresta tropical não suportou. O verde da mata sumiu sob o gelo. A RPPN das Araucárias Gigantes, reserva federal, que protege gigantescas araucárias centenárias ameaçadas de extinção e as nascentes do rio Itajaí, em Itaiópolis (SC), foi duramente atingida. Centenas de árvores de grande porte simplesmente tombaram ou tiveram quase todos seus galhos quebrados devido ao acúmulo de gelo e os ventos fortes.


Agricultores do entorno da reserva contam que durante a madrugada do dia 23/07 foram acordados com estrondosos ruídos das árvores quebrando e tombando em um efeito dominó. Era como se algo estivesse moendo as matas. Ficaram muito assustados e acharam que era o fim do mundo. A estrada que corta a reserva ficou bloqueada em quase toda sua extensão com galhos e árvores tombadas.

Os impactos foram maiores nas bordas e nas partes com mata secundária. As árvores novas que não quebraram, ficaram arqueadas. Para agravar a situação, uma camada de gelo de alguns centímetros se acumulou no chão da floresta primária (bem preservada) da reserva que ficou repleta de galhos quebrados e troncos das árvores que não resistiram. Uma cutia (Dasyprocta azarae) foi encontrada atordoada, sem mostrar reação de fuga.

As consequências para fauna deverão ser graves, uma vez que houve perda total dos frutos verdes e maduros. O gelo acumulado no solo durante mais de 48 horas pode ter aniquilado com a população de anfíbios e outros pequenos animais, que estão na base da cadeia alimentar. Pode ocorrer uma tragédia, uma perda enorme de biodiversidade. A reserva fica na região de transição da Mata Atlântica densa para Matas de Araucárias, altitude entre 600 e 700 metros, onde não ocorrem geadas muito fortes. Por isso o impacto é muito grande.

O acúmulo de gelo fez com que muitos galhos das araucárias quebrassem. Entorno da RPPN das Araucárias Gigantes, em Itaiópolis - Santa Catarina - Foto: Elcio Glovacki. 23/07/2013
A destruição dos eucaliptos também foi grande em muitos reflorestamentos do entorno da reserva e outras localidades de Itaiópolis. Plantações novas não resistiram, foram totalmente esmagadas como se um gigantesco trator de esteira passasse por cima. A zona rural de Santa Catarina virou um cenário de horror. Algumas localidades ainda não tiveram a rede elétrica restabelecida e poderão ficar sem energia por mais de uma semana.



Reflorestamentos de eucalipto foram devastados com a neve em Santa Catarina.Entorno da RPPN das Araucárias Gigantes, em Itaiópolis - Santa Catarina - 
Foto: Elcio Glovacki. 23/07/2013

FONTE: RÃ-BUGIO

domingo, 25 de novembro de 2012

Biólogo da USP, Luiz Henrique Pedrosa, é o encantador de serpentes do mundo moderno.

Biólogo Luiz Henrique Pedrosa já levou picada de jararaca, mas fora do serpentário da USP

José Manuel Lourenço

A fala mansa com um falso sotaque mineiro e o jeito tranquilo do biólogo Luiz Henrique Pedrosa, natural de Mococa, nem de longe antecipam o que faz para ganhar a vida. Há 27 anos na Faculdade de Medicina de Ribeirão da Universidade de São Paulo, ele é o responsável pelo serpentário da USP.
Trabalha diariamente com cerca de 250 cobras, sobretudo cascavéis e jararacas, répteis cujas picadas podem causar a morte de forma extremamente dolorosa. Tem com elas uma relação de carinho e respeito que a maioria das pessoas nem de longe deseja ou sonha ter. É um encantador de serpentes dos tempos modernos, mas também o provedor de uma matéria-prima vital para pesquisas na área da Toxicologia.
Nas três décadas dessa estranha e perigosa convivência, ele garante ter sido picado somente uma vez. Mesmo assim, fora do serviço. "Estava em casa quando apareceu uma pessoa com um saco e uma jararaca dentro. Quando fui pegá-la, a boca do saco estava meio solta e ela me picou", conta. Sobreviveu, mas ficou quatro dias no hospital.
Apesar do susto, não ficaram maiores sequelas do ocorrido. Pelo contrário. "Não trocaria este emprego por nada. Sou completamente apaixonado por cobras", revela.
A paixão por um dos animais mais temidos e odiados pelos seres humanos começou cedo, aos oito anos, quando já levava para casa cobras para exames mais detalhados. Quase sempre levava os pais à loucura e entre um e outro puxão de orelhas, a ligação com os répteis permaneceu. "Acho que esse foi o principal motivo que me fez ir para a Biologia", conta.
Pesquisa
O outro é menos pessoal, mas igualmente importante. A principal atividade do serpentário da USP é coletar o veneno das quase três centenas de exemplares, que depois será utilizado nas várias áreas de pesquisa da universidade.
O local de trabalho de Luiz Henrique é uma casa localizada no Biotério. O serpentário fica numa sala com quinze metros de comprimento por dois de largura, com telas em todas as janelas e somente uma saída. A temperatura interna fica entre 27 e 28º C.
Caixas numeradas abrigam as serpentes. Uma das ocupantes da caixa 131 foi a que picou Luiz Henrique. As moradoras do serpentário são alimentadas a cada 15 dias, geralmente com pequenos ratos. As coletas são feitas a cada cinco semanas e a quantidade de veneno obtida depende do tamanho do animal e da espécie. Em média, as cascavéis produzem cerca de 20 miligramas por extração e as jararacas em torno de 50 miligramas. Os venenos são coletados em placas de Petri e depois secos sob vácuo, podendo assim ser estocados em geladeira por vários anos sem perder suas propriedades.
Longevidade
As cobras têm longevidade de cerca de 30 anos, o que significa que muitas delas passaram a vida ao lado de Luiz Henrique. Será que elas já o reconhecem? "Não posso dizer que sabem que eu sou, mas pode ser que elas já reconheçam o cheiro, o timbre da voz. O que eu sei é que elas ficam mais dóceis quando chego", conta.
Dóceis, com certeza, é um adjetivo que pouca gente poderia associar a uma cobra. "É verdade, são animais dóceis, mas com os quais devemos ter muita atenção. Afinal, um acidente com elas pode ser o último das nossas vidas", complementa.
Nesses 30 anos de convivência diária com as cobras, uma foi especial. "Havia uma jararacuçu da qual gostava muito. Ela acabou morrendo de velhice. Foi muito triste", revela. Definitivamente, Luiz Henrique Pedrosa não é uma pessoa normal. Ou é? "Pensando bem, acho que não. Mas gosto muito do que faço, sobretudo por ver que o meu trabalho aqui pode ajudar a salvar muitas vidas", completa.
Veneno da jararaca salva hipertensos
Uma das pesquisas brasileiras mais conhecidas envolvendo o uso de veneno de cobra foi feita na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo e culminou com a criação de um remédio que fatura cerca de US$ 5 bilhões/ano e atende a milhões de hipertensos.
O remédio chama-se Captropil e foi desenvolvido entre o final da década de 1960 e a de 1970 pelo pesquisador Sérgio Henrique Ferreira, hoje aposentado da USP.  As pesquisas lideradas por ele envolveram o veneno de jararaca.
O pesquisador descobriu e isolou toxinas encontradas no veneno - chamadas peptídeos potenciadores de bradicina (BPP) -, que causavam hipotensão. Posteriormente, Ferreira e o pesquisador inglês John Vane (vencedor do Prêmio Nobel de Medicina) conseguiram criar um protótipo molecular das BPPs, que foi cedido a um laboratório norte-americano em troca do financiamento de novas pesquisas.
As cobras do serpentário da USP são usadas exatamente no desenvolvimento de estudos sobre os tipos de veneno que produzem e suas possíveis aplicações em novos fármacos. 

PESQUISA DIZ QUE GRILOS E MAMÍFEROS TÊM SISTEMA AUDITIVO PARECIDOS.

A descoberta de um órgão auditivo não identificado anteriormente no ouvido de grilos da América do Sul pode ajudar nas pesquisas de sensores acústicos, incluindo tratamentos médicos.
Os grilos que vivem no Parque Nacional Gorgona, uma ilha do oceano Pacífico localizada na costa da Colômbia, têm uma vesícula auditiva, em formato de caracol, que transforma a energia acústica das ondas sonoras em energia mecânica, hidráulica e eletroquímica.
Nos mamíferos, esse papel é desempenhado por três ossinhos do ouvido médio (martelo, bigorna e estribo) e pela cóclea.



Copiphora gorgonensis, grilo do Parque Natural Nacional Gorgona, na Colômbia
Copiphora gorgonensis, grilo do Parque Natural Nacional Gorgona, na Colômbia
A pesquisa, com os resultados dos estudos sobre grilos da espécie Copiphora gorgonensis, será divulgada na edição desta sexta-feira (16) da revista "Science".
Os resultados do estudo, feito nas universidades de Bristol e Lincoln, no Reino Unido, são a peça que faltava no quebra-cabeça para compreender o processo de transformação de energia nos ouvidos desses animais.
Os autores do estudo também concluíram que o sistema de audição dos insetos, em três etapas, é mais parecido com o dos mamíferos do que se imaginava.
Nos mamíferos, as ondas sonoras fazem o tímpano vibrar. Depois, os três ossículos amplificam as vibrações, o que faz com que elas viajem através de um fluido na cóclea.
Por fim, células ciliadas do ouvido interno convertem as ondas sonoras em impulsos elétricos, que transportam a informação para o cérebro.
No caso dos insetos, não se sabia como os vários órgãos se conectam para permitir que os bichos ouçam.
Preenchida por um fluido, a vesícula auditiva dos insetos contém uma rede de receptores sensoriais. Os cientistas acreditavam antes que só os vertebrados tinham um processo tão eficiente de conversão de vibrações sonoras.
EVOLUÇÃO CONVERGENTE
A descoberta das semelhanças entre os sistemas auditivos surpreende principalmente pelas diferenças entre os organismos de insetos e mamíferos e seus processos de evolução.
As quatro "orelhas" dos grilos estudados, por exemplo, ficam localizadas nas duas patas dianteiras e são partes minúsculas de seus órgãos auditivos. Elas podem detectar sons a longas distâncias.
O estudo pode ajudar na criação de novas tecnologias em pesquisas sobre sensores acústicos, já que, assim como os humanos, os grilos também têm uma audição muito sensível.
O conhecimento sobre esse nível de sofisticação e funcionalidade da audição do inseto deverá ser útil para a engenharia de sistemas bioinspirados.
O principal responsável pela descoberta, Fernando Montealegre-Zapata, cresceu na Colômbia e, muito cedo, desenvolveu interesse em insetos, especialmente grilos. Ele decidiu estudar entomologia e focou seus trabalhos em acústica, biomecânica e biologia sensorial.
"As descobertas mudam nossa visão sobre a audição dos insetos. Temos certeza de que a hipersensibilidade auditiva da espécie vem da vesícula que detectamos", afirmou Montealegre-Zapata.
Para outro pesquisador da equipe, Daniel Robert, ter uma audição aguçada, no caso dos grilos colombianos, pode significar a diferença entre a vida e a morte.
"Na cacofonia de seu ambiente de floresta tropical, é crucial para esses bichos distinguir entre um coro de sons de insetos e os ultrassons dos morcegos que os caçam", disse. 

FONTE: JOELMIR TAVARES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

 

PASSARINHOS FICAM BÊBADOS AO COMER FRUTAS FERMENTADAS

Doze corpos de melros-pretos encontrados em uma escola na Inglaterra deixaram pesquisadores intrigados.
Um único exemplar sobrevivente da pequena mortandade tinha sintomas estranhos: não conseguia se manter em pé sem se apoiar nas asas.
Para esclarecer as mortes, exames foram feitos nos cadáveres. Os testes não encontraram infecções nos bichos, mas frutos de sorveira, uma árvore que dá frutinhas vermelhas, estavam no estômago dos passarinhos pretos.

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Melro-preto, pássaro da espécie atingida pela mortandade causada por embriaguez
Melro-preto, pássaro da espécie atingida pela mortandade causada por embriaguez
Os frutos estavam fermentados, e foi encontrado álcool nos tecidos de um dos três cadáveres analisados. O pássaro sobrevivente com sintomas de embriaguez se recuperou depois de dois dias.
Segundo o artigo publicado na revista "Veterinary Record", os bichos podem ter sofrido fraturas ao cair das árvores ou colidir uns com os outros por causa da embriaguez, o que levou à morte de parte deles.
Fenômeno similar já havia sido observado com outras espécies de pássaro, como o tordo-ruivo, e também com outros animais, como orangotangos, que acabam intoxicados após comer frutas maduras demais. 

FONTE: JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO

GEORGE SOLITÁRIO NÃO ERA O ÚLTIMO EXEMPLAR DAS TARTARUGAS DE GALÁPAGOS

A morte, há cinco meses, de George Solitário, uma tartaruga gigante das ilhas Galápagos, não representou a extinção de sua espécie, como se acreditava, revelou um estudo que descobriu genes deste exemplar em 17 indivíduos, informou esta quarta-feira a direção da reserva natural equatoriana.
Thomas H. Fritts - 24.jun.12/Efe
George Solitário, que morreu há cinco meses
George Solitário, que morreu há cinco meses
      A morte do quelônio, em 24 de junho, "não representa o fim da espécie de tartarugas gigantes ('Chelonoidis abingdonii') da ilha Pinta", de onde era originário Jorge, destacou a Direção do Parque Nacional de Galápagos (DNPG), em um comunicado.
      Segundo o informe, uma pesquisa realizada em conjunto com a universidade americana de Yale "demonstra a existência de 17 tartarugas com ascendência da ilha Pinta, que habitam o vulcão Wolf, da ilha Isabela"."O estudo identificou nove fêmeas, três machos e cinco jovens com genes da espécie de tartarugas gigantes da ilha Pinta, depois de analisar mais de 1.600 amostras coletadas no ano 2008 no vulcão Wolf", destacou a DNPG.
      De acordo com os cientistas, a "descoberta marca o primeiro passo rumo à recuperação da espécie 'Chelonidis abingdonii', por meio de um programa de reprodução e criação em cativeiro, opção que é avaliada pela DPNG".
      George, uma tartaruga centenária, era considerado o último representante de sua espécie e sua morte por causas naturais ocorreu após décadas de esforços científicos para conseguir a sua reprodução 

FONTE: FRANCE PRESSE

domingo, 18 de novembro de 2012

Oceanógrafo defende controle ambiental na área de exploração do pré-sa

A sustentabilidade dos oceanos é um dos principais temas de debate do 5º Congresso Brasileiro de Oceanografia (CBO'2012), que será aberto hoje (13) à noite, no Rio de Janeiro. Em entrevista à Agência Brasil, o presidente do congresso, Carlos Leandro da Silva Júnior, vice-presidente da Associação Brasileira de Oceanografia (Aoceano), defendeu controle ambiental na área de exploração do pré-sal.
“A gente tem visto aumento da produção de petróleo e a discussão no Congresso em torno da divisão dosroyalties do petróleo, mas ninguém bota a questão ambiental no âmbito do pré-sal. Ou seja: o que está se fazendo na realidade para um bom monitoramento ambiental da região que ninguém conhece?”.
Leandro enfatizou a necessidade de se evitar o que ocorreu na Bacia de Campos, no estado do Rio de Janeiro. Ali, disse, os trabalhos de exploração e perfuração começaram a ser efetuados antes da realização de estudos ambientais. Com isso, perderam-se as referências de como era o ambiente naquele local, indicou o presidente do CBO'2012.
Ele ressaltou a importância da linha base do processo de conhecimento, para evitar consequências negativas no futuro. “Como você vai preservar uma coisa que não conhece?”, indagou, para acrescentar: “A gente acha que antes de começar a produção e os investimentos, a preocupação deveria ser a realização de estudos em oceanografia para desenvolver o conhecimento na região, ter o mapeamento de tudo da área de biologia, de pesca, química, sísmica, para depois poder furar”. Prejuízos à flora e à fauna marinha serão abordados. “Não se pode mitigar alguma coisa sem conhecer antes”, reiterou.
Outra preocupação diz respeito à questão das energias renováveis nos oceanos. Isso envolve, segundo o presidente do congresso, a geração de energia a partir das ondas e a energia eólica no mar. “São temas que têm de ser discutidos”. Os corais encontrados em águas profundas e os impactos das mudanças climáticas nos corais são outros temas que serão debatidos durante o encontro, que se estenderá até o próximo dia 16.
Carlos Leandro salientou, ainda, a questão da gestão e da segurança dos portos. “Em um país como o nosso, que precisa crescer, porto é fundamental do ponto de vista de exportação e importação. O Brasil precisa ter bons portos, com segurança operacional, com conhecimento das áreas do entorno”. É preciso que os portos estejam preparados para grandes acidentes, com planos de emergência para as áreas, defendeu.
O monitoramento e a mitigação de vazamentos de óleo no mar serão examinados durante o congresso, para evitar que incidentes possam vir a afetar, inclusive, outros países, alertou o vice-presidente da Aoceano. É preciso, reforçou, que as pessoas atentem para o fato que o Brasil possui 8 mil quilômetros de costa e vejam a importância das espécies do oceano profundo e não somente das praias. “Tem que ver a importância do oceano no seu aspecto mais amplo”.
Além de workshops, visando a elaboração de propostas que serão encaminhadas à sociedade, o congresso contará com palestras de especialistas e apresentação de 1.360 trabalhos científicos. O evento conta com apoio da Marinha, da Petrobras, da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Está prevista palestra sobre a importância da oceanografia para a estratégia da Marinha. Durante o congresso, serão comemorados os 35 anos do curso de oceanografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
O CBO'2012 objetiva apresentar novos conhecimentos por meio de pesquisas técnicas e científicas na área dos oceanos. Essa é a primeira vez que o evento é promovido no Rio de Janeiro, estado considerado pela Aoceano uma referência no Brasil no que tange a questões no mar.
Em paralelo, ocorrerá a 7ª Feira Técnico-Científica Brasil Oceano, para apresentação, promoção e comercialização de novos produtos, serviços e tecnologias. Leandro revelou que a feira pretende estimular alunos do segundo grau de escolas públicas e privadas a conhecerem equipamentos usados em oceanografia, entre os quais um radar que mede correntes remotamente. A feira destaca também projetos ambientais desenvolvidos por organizações não governamentais (ONGs). “As ONGs não podem ficar fora do processo, porque além de formadoras de opinião, elas são uma forma de pressionar o setor produtivo a ter políticas ambientais”.

FONTE: Agência Brasil

Amantes da natureza ganham apoio no Vale das Videiras

O Vale das Videiras, na região de Petrópolis, é conhecido pelos amantes da natureza por suas opções para trilhas como Rocio, Vale das Princesas, Marcos da Costa, Secretário, Paty do Alferes, Miguel Pereira, entre outros. É nesse ponto estratégico da Serra Fluminense que os sócios José Felipe Castro e Felipe Figueira lançam nesse sábado, dia 27, o Galpão Caipira.
O espaço oferece serviços  de apoio às pessoas que vão pedalar, caminhar, andar de motocross, cavalo, entre outros, na região. “Não conheço proposta similar no Estado do Rio – as pessoas vão para a Serra e não tem nenhum suporte. É um espaço que apoiará os praticantes de tais esportes através de bons vestiários, Spa, armazém com produtos rurais e um bar com sanduíches e sucos”, explica o empresário José Felipe.
Independentemente do roteiro escolhido, as caminhadas pelas Serras poderão ser acompanhadas de guias treinados e monitorados por radiofrequência em trilhas demarcadas com GPS por especialistas, com indicação de cachoeiras, mirantes e outros pontos de interesse, exclusivamente para os clientes do Galpão Caipira. Quem se cansar no caminho contará com serviço de resgate através de Land Rover 4×4. E, além disso, bicicletas Merida estarão disponíveis para locação.
Após o passeio, haverá um espaço para banho completo, assim como um SPA, que oferecerá diversas técnicas de massagem. O bar será um espaço para os aventureiros e suas famílias que poderão contar com sanduíches, sucos, cervejas, cachaças e até mesmo champanhe. E no Armazém do Galpão será possível encontrar os melhores produtos locais: tais como queijos, doces, conservas e ainda, produtos para a casa de campo.
Serviço
Galpão Caipira
Site: ogalpaocaipira.com.br
Inauguração: 27/10
Horário: 15h às 20h
Endereço: Estrada Almirante Paulo Meira, nº 8320, Centro do Vale das Videiras, Araras, RJ

domingo, 30 de setembro de 2012

Instituto Rã-Bugio recebe prêmio internacional na Coreia do Sul

                         

        Olá amigos, biólogos, pesquisadores, estudantes e professores!

     É com muito prazer e orgulho que anuncio nestas linhas um fato que deixa não só a população brasileira, mas, também todos os que, realmente, amam, lutam e fazem um excelente trabalho pela natureza e toda sua biodiversidade. Em especial na Mata Atlântica  Estou falando do Catarinense, doutor em física pela UNICAMP, pesquisador titular do Instituto de Estudos Avançados, em São José dos Campos (SP), ambientalista e fundador do Instituto Rã-Bugio, Germano Wöehl Júnior. A instituição conquistou o título de Utilidade Pública Municipal em 01/06/07, pela Lei nº 4.665/2007 e o título de Utilidade Pública Estadual em 02/04/2008, aprovado pela Lei nº 14.400/2008. Recentemente o Sr. Germano Wöehl Júnior, recebeu no dia 11 o prêmio internacional "Luc Hoffmann", criado pela União Internacional para a Conservação da Natureza de dos Recursos Naturais (IUCN), da Suíça. A entrega ocorreu na ilha de Jeju, na Coreia do Sul, onde também ocorreu o World Conservation Congress.O Instituto Rã-Bugio fica no bairro Barra do Rio Cerro, em Jaraguá do Sul (SC), sua esposa Elza também lhe auxilia nesse fabuloso projeto, onde é fornecido e aplicado projetos de Educação Ambiental á escolas e ao público em geral. 
     Por mais esse prêmio e pelos excelentes serviços prestados á Natureza e ao Meio Ambiente, nós lhes AGRADECEMOS e lhes parabenizamos! 

Segue abaixo alguns links para a reportagem na íntegra:

Em Português

 Em Espanhol


SITE DO INSTITUTO RÃ-BUGIO


 BLOG DO INSTITUTO RÃ-BUGIO


 EDIÇÃO E FONTE: Adelair da Fonseca 
                                              Insttituto Rã-Bugio